O termo glia ou neuróglia, significa “cola”, que na concepção inicial da descoberta dessa célula era apenas colar e dar sustentação aos neurônios. Sabe- se que neurônios, não regeneram o material genético, no entanto, a Neurociência vem mostrando que as funções das neuróglias auxiliam a capacidade sináptica do tecido neural, aumentando a capacidade da plasticidade cerebral. Evidências microscópicas demonstram que para cada neurônio, há cerca de dez células da glia envolvidas nas ações neurais, pois, ao contrário do neurônio, as glias apresentam uma grande capacidade de multiplicação celular. 

Células gliais por muitos anos não tiveram seu real valor reconhecido, eram consideradas como mera massa de preenchimento do cérebro, porém, depois de muitas pesquisas realizadas, observou-se por experimentos, funções importantes que mudariam todo o conceito a respeito desse tipo de célula nervosa e sobre a ciência neurofuncional da aprendizagem e do comportamental humano.  

Células de suporte do cérebro

Uma evidência importante é que as células da glia são conhecidas há mais de 150 anos, sendo, atualmente consideradas, morfologicamente parte do tecido nervoso, e atuam juntamente com os neurônios, sendo consideradas até pouco tempo, células de suporte do cérebro, e sem funcionalidade específica. Porém, os estudos das Neurociências tornaram-se fundamentais para compreender as funções dessas células na fisiologia e patologia neurais.

Com as descobertas das células da glia, foram observados os avanços acerca do conhecimento sobre os astrócitos, o mais abundante tipo glial existente no cérebro humano, tornando-se a “chave” para o entendimento do funcionamento cerebral e as evidências científicas diante da relação entre disfunções gliais, doenças neurodegenerativas e as desordens neurológicas

As células gliais e os neurônios

Por muitos anos, os neurcientistas acreditaram que os neurônios eram responsáveis por toda a comunicação no cérebro com o sistema nervoso, e que as células gliais, embora nove vezes mais numerosas que os neurônios, apenas os alimentavam e realizavam atividades de limpeza do espaço extra celular. Novas experiências, demonstraram que as células gliais se comunicam com os neurônios e umas com as outras, possuem funções de unir um neurônio ao outro, garantindo que as informações perpassem pelo órgão alvo.

Há um tempo atrás, a teoria estabelecida era que toda a informação dos sistema nervoso era apenas transmitida pelos impulsos elétricos, por meio de redes de neurônios que se interligam em conexões sinápticas. Mas ao longo de muitos estudos, observou-se que há informações neurais que passam sem energia elétrica, mas, sim, por energia química, e com intenso brilho quando se conectam, por meio das células glias. Evidências microscópicas demonstram que as células gliais são capazes de modificar os sinais nas fendas sinápticas entre os neurônos e podem influenciar o local das sinapses.

Novas terapias neurais

A grande função das células glias é que podem ser essenciais para o aprendizado e para a formacão das lembranças, além de serem importantes na reconstrução de lesões neurológicas por meio da plasticidade neuronal.

Sabe-se que as células gliais são responsáveis pela produção da bainha de mielina no sistema nervoso periférico e no sistema nervoso central funciona como um isolante e tem um alto poder fagocitário (captura de substância sólida da célula para defesa e limpeza).

Então, agora é confiar na ciência e aguardar com esperança, no futuro, resultados para muitas curas de determinadas patologias do neurodesenvolvimento, comportamental. Com as descobertas das glias, novas formas de tratamentos e novas terapias neurais poderão auxiliar a reorganização cognitva e a motora humana, seja na formação da linguagem, do pensamento, das memórias e emoções da natureza humana.

E MAIS…

Células neuróglias na aprendizagem

Veja quais são os tipos de células neuróglias que estão envolvidos na aprendizagem:

Astrócitos – são numerosas e conferem a maior parte do suporte estutural para os neurônios do sistema nervoso central. Localizam-se principalmente nas fendas sinápticas, recebendo neurotransmissores, diferentemente dos neurônios, os estímulos dos astrócitos é só químico.

Oligodentrócitos – estas aparecem enroladas ao redor dos axônios do sistema nervoso central, sendo responsáveis pela formação da bainha de mielina. E no sistema nervoso periférico pelas células neurolemas (célula de Schawann), formando um cordão de isolamento da célula, atuando na proteção do neurônio..

Ependimárias – revestem o interior dos ventrículos e o canal da central da medula espinal. auxiliando a produção do líquor cérebroespinal.