Em artigo anterior aqui na coluna Neurodidática, do Sinapsys.News[i], salientei o uso de Mapas Mentais como estratégia de estudo eficiente e relacionado às Metodologias Ativas. Eu mesmo já utilizava Mapas Mentais, na forma de esquemas, na época de minha graduação (muitos anos atrás, eu confesso) com extremo sucesso. Muitas de minhas notas dez nas disciplinas do curso vieram por meio de estudos com mapas mentais, aliados a fichas de conteúdo. Técnicas que desenvolvi a partir de um livro chamado “Como Estudar”, de James e Ellen Deese, já esgotado há muito tempo e encontrado apenas em livrarias Sebo.

Você verá neste artigo o que são, como utilizar e quais os benefícios desta estratégia para melhorar sua memorização e conhecimento, e garantir melhores resultados acadêmicos.

O que são Mapas Mentais

Mapas mentais são formas visuais – diagramas – de representação de conteúdos, especialmente aqueles que são muito longos, difíceis e fragmentados, de forma a criar uma coerência lógica com o mínimo de informações, facilitando a memorização e, principalmente, as recordações. Este formato também facilita as revisões de conteúdo, pois as torna mais rápidas e eficientes. Em resumo, é uma forma eficiente de organizar as informações relevantes que podem se perder ou ser esquecidas, com base em conceitos visuais de fácil identificação[ii]. Isso ajuda a sintetizar mentalmente o conteúdo.

O conceito de mapa mental foi inicialmente introduzido pelo Psicólogo Tony Buzan em um programa da BBC de 1974, conforme salienta Mariane Roccelo[iii], como parte da divulgação de seu livro sobre o tema, que possui tradução em português: “Dominando a Técnica dos Mapas Mentais: guia completo de aprendizado e o uso da mais poderosa ferramenta de desenvolvimento da mente humana”. Ele e seu irmão continuaram desenvolvendo o tema e publicando livros sobre o assunto nas décadas seguintes, e se tornaram referências mundiais sobre o tema.

Fausto Camargo e Thuinie Daros elaboraram um pequeno capítulo sobre Mapas Mentais, na forma de uma das estratégias que tratam em seu livro[iv]. Neste capítulo, eles dão um exemplo de um mapa mental, elaborado predominantemente com figuras, mas que você pode também realizar a partir de palavras-chave.

O principal elemento de um mapa mental, no entanto, não está exatamente na forma que será feito, mas em ser principalmente algo que você entenda e goste. Ou seja, é fundamental que ele seja personalizado a partir de seus gostos e habilidades para que funcione. Neste sentido, copiar simplesmente um formato utilizado por alguém não necessariamente funcionará. Este, inclusive, é um dos fatores preconizados pelos autores: “desenvolver seu próprio estilo pessoal de mapeamento da mente” (p. 82).

Ferramentas online

Claramente, em minha época de estudante sem internet e vida virtual, os mapas mentais que eu criava eram feitos no papel. E ainda podem ser feitos. Você pode usar o papel para criar um esboço do que precisa, antes de colocar sua ideia num mapa mental virtual. Neste segundo caso, há várias ferramentas online disponíveis.

O site Mind Meister[v] é uma das ferramentas online que permite que você crie facilmente variados tipos de Mapas Mentais personalizados, de forma que possa iniciar suas experiências de maneira fácil e intuitiva. Como é um site que fornece planos pagos, somente permite poucas formas de download não pagos do mapa. Para suprir essa lacuna, o Canva é um dos programas mais populares para produção de Mapas Mentais, fornecendo templates muito intuitivos, que facilitam muito para o iniciante. Permite salvar em vários formatos, incluindo o Powerpoint, modelos que você pode editar futuramente. É a opção mais recomendada para quem está começando ou mesmo para quem já utiliza. O Mapa Mental que desenvolvi neste artigo foi feito nele.

Porém, seja em formato tradicional (caneta ou lápis e papel) ou virtual, é fundamental que você desenvolva uma lógica de criação de mapas mentais. Neste sentido, Mariane Roccelo indica alguns passos importantes, que sintetizo aqui de forma adaptada:

Definir o Tema Principal – é o tema chave do que você quer organizar. Pode ser uma palavra ou uma pequena frase, mas a ideia é que seja específica para o que você deseja realizar. Neste sentido, pode ser um título, uma imagem ou uma combinação dos dois. Em nosso exemplo, vamos escolher como tema “Mapas Mentais”. Camargo e Daros sugerem usar uma imagem com pelo menos três cores.

Elencar os subtópicos principais – escolha alguns subtópicos principais para o que deseja estudar. São aqueles elementos que não podem ser esquecidos de forma alguma e que estão diretamente relacionados ao tema principal. Camargo e Daros sugerem que cada palavra ou imagem devem estar em sua própria linha e conectadas à imagem central. Também recomendam usar uma cor para cada subtópico

Escrever os tópicos de cada subtópico – coloque as informações mínimas necessárias ao entendimento de cada subtópico. Recomenda-se usar as mesmas cores ou tons diferentes da mesma cor do subtópico. Camargo e Daros sugerem usar ênfases e mostrar associações.

Fazer (ou usar) um desenho simples para ilustrar cada subtópico – desenhos auxiliam a memorizar. Apenas lembre-se que os desenhos devem fazer sentido para você. Você pode criar desenhos próprios ou utilizar já existentes. Camargo e Daros sugerem usar também símbolos, códigos e dimensões.

Sequenciar cada subtópico – de forma a criar uma sequência lógica ou linha do tempo, que ordene o pensamento. Isso é fundamental, em especial para Mapas Mentais muito longos.

E MAIS…

Como fazer um Mapa Mental

Camargo e Daros sugerem usar hierarquia radial ordem numérica ou contornos.


Referências

[i] Construção do Próprio Conhecimento, disponível em: <https://sinapsys.news/construcao-do-proprio-conhecimento/>.

[ii] FIA. Mapas mentais: benefícios, como construir, dicas e modelos. Disponível em: <https://fia.com.br/blog/mapas-mentais/>. Acesso em: 29/01/2022. Publicado em: 08/10/2021.

[iii] ROCCELO, Mariane. Mapa mental: como fazer e para que serve essa técnica? Disponível em: <https://www.estudarfora.org.br/mapa-mental/>. Acesso em: 29/01/2022. Publicado em: 06/01/2022.

[iv] CAMARGO, Faustino; DAROS, Thuinie. A Sala de Aula Inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018. Pp. 81-82.

[v] https://www.mindmeister.com/pt