“Love bombing” é uma forma de manipulação emocional onde uma pessoa dá muito carinho, atenção e faz declarações de amor exageradas e constantes para obter controle sobre outra.
No começo, o indivíduo recebe muitos elogios, presentes e mensagens carinhosas, criando uma sensação de conexão e amor.
Com o tempo, o manipulador usa esse afeto para controlar o comportamento da outra pessoa, gerando dependência emocional.
Isso é comum em relacionamentos abusivos e pode causar problemas emocionais sérios para a vítima.
Narcisismo por trás do problema
De acordo com o Pós PhD em neurociências, membro da Society For Neuroscience nos Estados Unidos e autor do estudo “Narcisismo cultural – Danos à saúde mental”, Dr. Fabiano de Abreu Agrela,
o “love bombing” é apenas uma das estratégias usadas por pessoas com transtorno de personalidade narcisista para manipular o parceiro.
“‘O ‘love bombing’ é uma das maneiras com que pessoas com transtorno de personalidade narcisista usam para manipular o parceiro e chamar a atenção para si. O narcisista tem um comportamento incoerente, falta de percepção aparente, impulsividade, sentimentos de engrandecimento pessoal e muitas vezes usa outras pessoas para benefício próprio, em um relacionamento isso pode se manifestar na forma de atos aparentemente românticos, mas que na verdade são manipulativos”.
“A pessoa com narcisismo não expressa seu amor de forma natural e sim calculada para causar efeitos positivos na impressão dos outros sobre si mesma”, explica Dr. Fabiano.
O cérebro de um narcisista
Segundo o Dr. Fabiano de Abreu existem influências biológicas que ajudam a explicar os comportamentos complexos em pessoas com transtorno de personalidade narcisista.
“Algumas regiões do cérebro, como o córtex pré-frontal, responsável pelo planejamento e decisão, e a amígdala, envolvida na regulação das emoções, são afetadas em indivíduos com transtorno de personalidade narcisista. Alterações nos neurotransmissores dopamina e serotonina também podem estar associadas a comportamentos de busca por recompensa e regulação emocional”.
“Também existem variantes de genes, como o OXTR, que codifica o receptor de oxitocina, e SNPs (polimorfismos de nucleotídeo único) específicos que influenciam predisposições para características narcisistas e comportamentos manipulativos”, afirma.
Principais sinais
De acordo com a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) apontou características marcantes do transtorno com sendo:
– Excesso da sensação da própria importância e grandiosidade;
– Falta de empatia;
– Realização de fantasias ilimitadas referentes a poder e influência;
– Mostrar a própria superioridade;
– Percepção exagerada de si.