Existe uma gama de atividades externas que precisam ser cumpridas na vida. Enquanto internamente também lidamos com o mesmo acontecimento: uma série de sentimentos, imposições, restrições, acordos que se manifestam a todo vapor, fazendo com que cada de nós possa, a seu modo, arrumar um jeito de organizar os conflitos que surgem do lado de dentro e refletem no lado de fora.
A magia do fim ano se mistura com o turbilhão do apressar dos passos para acompanhar o calendário que se despede, muitas vezes sem conseguir finalizar tudo o que se tinha planejado. Em 2020, então, esse sentimento se aflora, pois além das metas que normalmente nos colocamos e não cumprimos quase que como um ritual anual, esse ano ainda fomos atropelados por uma pandemia mundial que alterou os planos mais cotidianos de nossas vidas.
Entretanto, entramos rumo ao final de dezembro com a possibilidade da renovação de esperança e de um ano novo com notícias melhores e a projeção da produção das vacinas tão esperada por todos.
Revisitar emoções
O estresse de fim de ano também ajuda a provocar a chamada depressão sazonal, termo que a Psicologia usa para descrever os sentimentos de tristeza dessa época do ano. É bem verdade que cada um passa por momentos que são singulares, tem alguns percalços da vida que demandam maior tempo de elaboração. É ainda comum as pessoas pararem para pensar no que aconteceu ao longo do ano, fazer um balanço das realizações e fracassos. É a hora de fazer a famosa retrospectiva. Dar aquela olhada para trás para ter uma visão panorâmica dos acontecimentos. E nem sempre isso é muito confortável, pois revisitamos muitas emoções.
Como lidar com todas essas questões e ter habilidades para enfrentar o chamado estresse de fim de ano? É sempre importante pensarmos que a vida é daqui para frente, e que a retrospectiva pode ser uma forma de autoanálise, de verificar o que funcionou o que não foi tão bom assim. E essa avaliação é muito boa para estabelecer novas estratégias. O que funcionou pode ser recolocado na bagagem para levar para o próximo ano, o que não foi bom, melhor fazer um ajuste e verificar como pode se tornar melhor, afim de evitar que se repita. Ficar paralisado se auto recriminando não irá ajudar a seguir o fluxo da vida.
É hora de renovar os acordos internos, pegar a bagagem emocional, que é tudo o que se é, e atravessar o mês de dezembro, levando a motivação necessária para as mudanças que se espera, principalmente em tempos de pandemia. Mas, lembre-se, o desejo de mudança não deve ficar somente na expectativa da realidade externa, porque a mudança boa, é aquela que ocorre de dentro para fora.
Emoções afloradas durante as festividades
Lidar com as emoções requer intimidade consigo próprio e nesse período tudo fica mais apressado, sensível e aflorado. Já sabendo disso, tente não se exigir tanto, sobretudo depois de um ano tão difícil com esse. Tire algum tempo para fazer algo que aprecie e que ajude a se conectar consigo próprio, não entre na corrida acelerada do mês de dezembro. Algumas pessoas se conectam com música, ou decoração da casa, leitura, cuidando das plantas, cozinhando algo. Faça pausas, não se sinta obrigado a nada, descanse. O descanso é fundamental para a saúde mental. Agora é tempo de deixar o ano novo nascer.