Foi realizado entre 17 e 19 de setembro, no WTC Events Center, em São Paulo, o 11º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), o maior congresso de oncologia do Brasil, trouxe especialistas para discutir melhorias na atenção oncológica no País.

A Unaccam – União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama participou do TJCC com o painel “Eles no Relacionamento com Elas em Tratamento”, que trouxe para o debate a realidade de que existe um número alto de parceiros que abandonam suas esposas durante o tratamento contra o câncer de mama, ao mesmo tempo trazendo conforto e esperança ao mostrar  casais que driblaram o estresse e sofrimento gerado pela doença, superando as dificuldades e mantendo seus relacionamentos estáveis.

Realidade apresentada

Pela primeira vez, em toda a história dos congressos TJCC, houve um painel com os homens contando suas experiências, ao cuidarem das mulheres com câncer. Ao contrário da maioria dos casos e de episódios já bastante divulgados na imprensa, homens contam sobre os desafios emocionais, sexuais e sociais de estarem com suas esposas durante o tratamento delas”, comenta a gestora em saúde Clarisia Ramos, presidente da Unaccam.

Além de Clarisia, mediadora do painel, participaram da discussão Roberto Cunha Fiamenghi, 42, profissional da área de marketing esportivo, e Caio Gomes, 33, especialista em TI, ambos com suas esposas atualmente em tratamento, além do sociólogo Lírio Cipriano, 80, que perdeu a mulher para o câncer de mama após 10 anos de tratamento, e de José Luiz Neto, 63, cofundador do Instituto Neo Mama, que também esteve ao lado de sua esposa durante o combate à doença. Homens pertencentes a diferentes gerações, que mostraram empatia e resiliência, e a importância do apoio conjugal para impactar positivamente o bem-estar emocional, social e afetivo das mulheres.  

Caio, que recebeu o diagnóstico da esposa com apenas 6 meses de casado, afirmou que de início o casal teve medo de não poder viver e realizar os sonhos planejados, mas que hoje conseguem levar uma vida normal: “Saímos, vamos a restaurantes com outros casais e, sim, fazemos sexo também, de uma forma bastante prazerosa para ambos”. Roberto contou que o diagnóstico de Pâmela foi o seu também: “Passamos juntos pelos mesmos dilemas e vivenciamos experiências similares, porém com sentimentos diferentes”. José Luiz explicou que tradicionalmente o papel dos homens é o de prover e proteger o lar: “Não fomos educados para cuidar, esse papel costuma ser da mulher. Então quando nos deparamos com uma doença, muitas vezes ficamos sem saber como agir. Mas o câncer de mama é uma realidade, que deve ser enfrentada pelos casais”. Já Lírio explicou como foi importante estar fisicamente ao lado da esposa para aliviar o sofrimento da mulher: “Ela não queria um abraço ou sexo, ela queria a minha presença, era isso que amenizava a sua dor”. 

Mês de campanha

Esse mês de outubro já é conhecido pela campanha do Outubro Rosa e Clarisia pontua que há várias ferramentas fornecidas gratuitamente pela Unaccam que empoderam as mulheres e as fortalecem em diversas fases, começando pelo diagnóstico precoce, terapia de casal, aplicação de Reiki, corridas e caminhadas pela saúde, além de kits com perucas, maquiagem e lenços, que juntos são potentes aliados tanto para a mente e o espírito, quanto para a autoestima.

Terapia Conjugal

O diagnóstico do câncer de mama traz sofrimento à pessoa que o recebe bem como a seus cônjuges e familiares. Todo paciente com câncer de mama tem, por lei, direito ao tratamento psicoterápico tanto do SUS quanto dos planos de saúde, mas a família que é tanto abalada não tem o suporte terapêutico necessário.

Diferente dos serviços oferecidos pelas outras associações, a UNACCAM atende não só a paciente com câncer de mama, mas também seus familiares, pois uma reorganização familiar se faz necessária, para se buscar novos recursos para lidar com as demandas emocionais.

A Terapia Conjugal possibilita um espaço de conversa entre o marido, filhos e familiares sobre suas expectativas, medos e angústias, para buscar saídas criativas para situações doloridas e difíceis, assim como reconhecer a importância da rede de apoio e da dinâmica familiar como elemento integrante do processo de recuperação do paciente.

Os atendimentos são quinzenais e on-line, totalizando 12 sessões realizadas. Para inscrições, acesse: https://materiais.unaccam.org.br/inscricao-terapia-familiar.

Curso de Comunicação

Voltado para voluntários, pacientes, cuidadores, multidisciplinares, agentes de saúde e multiplicadores de informação, com o objetivo de capacitá-los para cuidarem e se comunicarem de forma eficaz com pacientes com câncer de mama.

São abordados temas como Comunicação em Saúde; ⁠Linguagem e Comunicação; ⁠Comunicação Verbal, Não-Verbal, Não-Violenta, Intuitiva e Corporal; ⁠Comunicação Digital, Escrita e Criativa; ⁠Como Comunicar Boas e Más Notícias. Inclui atividades práticas, discussões em grupo e oficinas para reforçar os conceitos.

Diagnóstico precoce para todos

Quem está na fila do SUS para realizar exame de mamografia, ultrassom de mama ou biópsia de mama, pode se inscrever para agilizar a realização de seus exames por meio deste projeto, que facilita e agiliza o atendimento da paciente que percebem algo diferente em sua região mamária e já podem ir ao médico já com os exames de diagnóstico em mãos, sem precisar aguardar que o exame seja solicitado.

A mamografia é o único exame de diagnóstico capaz de detectar o câncer de mama quando ele ainda tem 1 centímetro. Com este tamanho, o nódulo ainda não pode ser palpado. Mas é com esse tamanho que ele pode ser curado em até 95% dos casos.

Inscreva-se em:  www.unaccam.org.br/mamografia-para-todas.