No século passado, divorcio era sinônimo de fracasso, e em especial para a mulher, sinônimo de “largada”, atestado de solidão eterna. Não sei dizer ao certo, mas algumas religiões, até hoje em dia, não aceitam casamentos de pessoas divorciadas. Para mim, algo muito estranho em pleno 2021.

Crenças do passado

Todo esse histórico, a ancestralidade, tudo que nossos antepassados viveram e sofreram no passado, ainda estão enraizados em nossas crenças atuais. É muito mais comum, do que vocês imaginam, pacientes com medo do sofrimento do divórcio, e crença de que tudo se acabou, que nunca mais terão um parceiro (a).

Preferem viver infelizes em seus casamentos, até muitas vezes suportando infidelidades e também sendo infiéis, mas não conseguem pensar em separação. Essa ideia chega ao patamar de ser insuportável e insustentável.

Luto da separação

Sim, o luto das separações atinge a todos que decidem pelo divórcio, é um processo que passa pela negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. E em meio a todo esse processo, muitos acontecimentos como assinatura do contrato de divórcio, o sair ou ver o parceiro sai de casa, a decisão burocrática de guarda dos filhos e novas rotinas de todos, bem como o surgimento de novos parceiros de um lado, ou de ambos. Tudo muito complexo!

Pensando nessas etapas, e muitas outras, diversas pessoas optam por permanecerem tristes e infelizes onde estão. A venha máxima de “ruim com ele(a), pior sem ele(a)”. Tenho pavor desse ditado, mas ouço com muita frequência.

Só quem já passou “pela arrebentação”, sabe as belezas da calmaria. Claro, existem pessoas que se separam e continuam no caos “da arrebentação”, ficam fixos, ou indo e voltando dos processos do luto, permanecem em sofrimento. Mas, uma grande parte, se restabelece e recomeça a vida, quando descobre a “calmaria”.

Sofrimento crônico

Sim, casamos para sempre, nunca casamos imaginando que ocorrerá uma separação. A dor da constatação é inevitável, mas permanecer em sofrimento é uma escolha.

Não sou a favor do divórcio, pois só quem já passou sabe das dores que envolvem essa decisão. Mas, sou contra o que chamo de sofrimento crônico, por medos de tudo que contem esse processo.

Não há hora certa, ou errada, uma cartilha ou procedimento padrão, para iniciar um divórcio, cada indivíduo é único, cada relacionamento então, muito mais particular. A única coisa que oriento é prestar atenção se você, e ou seu parceiro (a), já estão nesse estado de “sofrimento crônico”.

E MAIS…

É possível passar pelo processo nadando na tempestade

Acredito sim, que é possível fazer esse processo da separação sozinho, sem ajuda de um profissional. Mas posso dizer, que com a ajuda de profissionais como psicólogo, psiquiatra e um médico da família, esse processo torna-se menor, mais rápido e definitivo.

Pense nisso, e procure ajuda profissional!