A adolescência é um período de mudanças profundas, tanto físicas quanto emocionais, quando os jovens buscam sua identidade, muitas vezes distanciando-se da família e tentando pertencer a grupos sociais.

Quando há litígio entre os pais, especialmente se isso se traduz em alienação parental, a situação se torna ainda mais complexa.

O adolescente pode reagir de maneira diferente de uma criança diante da separação dos pais. Embora para alguns seja mais fácil lidar com a separação quando já estão na adolescência, para outros pode ser um desafio maior, especialmente se existir conflito.

Própria identidade

Se você tem um adolescente em busca da própria identidade e um dos genitores é desqualificado, principalmente se for o genitor do mesmo sexo, o que acontece?

Os que vivem esses litígios de forma mais intensa vão buscar suporte nos grupos sociais e muitas vezes se envolvem com grupos que não são apropriados.

Se a criança é exposta à alienação parental desde cedo, pode ser mais fácil na adolescência a quebra do vínculo de forma definitiva com o genitor alienado. No entanto, em alguns casos, o oposto pode acontecer.

Para confrontar o outro genitor – a não ser que ele seja contumaz e faça a cabeça do adolescente – o adolescente pode manipular a situação de acordo com os seus próprios interesses.

Ele sabe fazer isso de forma muito mais articulada do que a criança. Ele sabe mentir, sabe acessar conteúdos na internet, ele já tem, querendo ou não, voz própria, e o alienador utiliza isso.

Pior consequência

É importante que o adolescente reconheça a autoridade dos pais. O problema é que aquele que aliena muitas vezes usa o filho para justificar sua própria vingança em relação ao outro, manipulando-o visando conseguir benefícios processuais, financeiros e afetivos.

Por isso a imposição de decisões judiciais para a convivência com o genitor alienado pode ser difícil para o adolescente. O genitor alienador pode usar o adolescente como instrumento para perpetuar o conflito, minando a autoridade do juiz e dos próprios pais. Isso cria uma situação delicada, onde o adolescente pode se sentir pressionado a escolher um lado.

A pior consequência da alienação parental é a dificuldade de identificação com um dos genitores, já que esse genitor vai ser desqualificado. Isso faz com que 50% da personalidade de uma criança ou adolescente acabe se tornando fragilizada porque eles entendem que o seu pai ou mãe não são ‘boas pessoas’, não são cuidadosos, não o amam, que preferem outras pessoas ou que foram abusadores, gerando internamente a percepção e a desconfiança em relação aos outros de uma forma geral, principalmente com as pessoas do mesmo sexo daquele que é alienado. Além de provocar falta de confiança nos relacionamentos, causa insegurança, depressão e ansiedade.

E MAIS…

O papel dos educadores e profissionais de saúde mental

É crucial para oferecer suporte a esses jovens, ajudando-os a compreender suas emoções, lidar com o conflito parental e fortalecer a autoimagem.

É primordial ter um bom diálogo e compreensão, visando atenuar os efeitos prejudiciais da alienação parental durante a adolescência.