O principal problema atualmente é ter a conexão estabelecida de forma disfuncional, principalmente com as redes sociais.

Para que isso não aconteça é preciso avaliar o quanto o uso das plataformas digitais atrapalha o funcionamento normal da vida de uma pessoa. Isto é, se atrapalha o desenvolvimento dos relacionamentos presenciais, a vida profissional, o sono e alimentação. Esse prejuízo e esses limites precisam ser sempre observados em qualquer faixa etária.

Frustração acentuada

Outro ponto a ser avaliado é a questão da frustração com sua própria realidade de vida, se a pessoa começa a comparar com a vida do outro. A frustração acentuada poderá estar sempre presente já que a maioria das pessoas só posta coisas boas, bons momentos, viagens incríveis.

Vemos também aqueles que expõem suas feridas e suas vidas pessoais de uma forma muita inadequada, se expondo demais e correndo riscos de serem manipulados. No entanto, a maioria quer postar o ‘sucesso’, o que torna a possibilidade de frustração com a vida real muito grande.

Sem bagagem e experiências

Uma preocupação com a geração que já cresceu com acesso à tecnologia é que os adolescentes e os adultos jovens acham que o ‘real’ é o de enriquecimento fácil. Eles têm dificuldade de entender que crescimento pessoal e profissional são processos que levam um tempo para acontecer e amadurecer, pelo ganho da experiência de vida.

Muitos deles, quando começam a estagiar e/ou trabalhar desistem alegando que ganham pouco e que não vale investir. O objetivo hoje é ganhar dinheiro num piscar de olhos, como os influencers.

Muitos profissionais hoje querem ‘aparecer’ sem a bagagem e experiências necessárias, e inventam nomes e procuram termos em inglês para se destacarem, falam sempre da mesma coisa, como se nunca ninguém tivesse falado sobre determinado tema, mas sem aprofundamento. Isso tudo para tentar ganhar likes, curtidas e seguidores. Querem se tornar especialistas do dia para a noite sem o estudo adequado.

Oversharenting

A superexposição das crianças nas mídias – conhecida como oversharenting – é outro ponto importante. Ela é prejudicial e introduz os pequenos muito cedo nesse mundo de fantasia virtual, onde eles passam a querer likes, fazer vídeos e acabam se tornando mini influencers, super estimulando o apego à imagem, sem que tenham capacidade emocional e cognitiva para lidar com as frustrações e críticas inerentes à vida.

A exposição dos filhos pelos pais é ainda mais complicada quando envolve litígio entre os pais separados. Muitas vezes os filhos possuem sua vida íntima exposta. Por outro lado, filhos com pais que se expõem demais nas redes sociais também podem enfrentar problemas como sofrer bullying na escola.

E MAIS…

O cuidado com as crianças

O importante é estabelecer limites no uso das redes sociais, visando à proteção do desenvolvimento de áreas importantes da vida e das potencialidades, principalmente para pais, pela proteção necessária aos filhos frente à vulnerabilidade própria da idade, especialmente em relação à exposição de crianças a fim de garantir a privacidade dos infantes. Essa é uma preocupação importante tanto para os pais quanto para os filhos.