Este mês é chamado de Abril Azul e faz referência à conscientização sobre o TEA. É assim chamado, uma vez que o mês de abril foi o escolhido internacionalmente para que todo este movimento, que visa não apenas disseminar informações sobre o TEA, mas também engajar através dessa exposição toda a sociedade, promova a inclusão e o respeito às diferenças.
Conceito e classificação
O TEA é uma condição neurológica que afeta a comunicação, o comportamento e a interação social das pessoas. Na Classificação Internacional de Doenças mentais- ONU- CID- 11, lançado em janeiro de 2022, o Transtorno do Espectro do Autismo é identificado pelo código 6A02 e pode ter subdivisões como por exemplo: Transtorno do Espectro do Autismo sem transtorno do desenvolvimento intelectual e com leve ou nenhum comprometimento de linguagem funcional (6A02.0) e Transtorno do Espectro do Autismo com Transtorno do Desenvolvimento Intelectual e com leve ou nenhum comprometimento da linguagem funcional (6A02.1).
Também nesta classificação o desenvolvimento intelectual e linguagem funcional fazem parte das novas subdivisões: Transtorno do Espectro do Autismo sem Transtorno do Desenvolvimento Intelectual e com linguagem funcional prejudicada (6A02.2), Transtorno do Espectro do Autismo com Transtorno do Desenvolvimento Intelectual e linguagem funcional prejudicada (6A02.3), Transtorno do Espectro do Autismo com Transtorno do desenvolvimento intelectual e ausência de linguagem funcional (6A02.5), Transtorno do Espectro do Autismo especificado (6A02.Y), Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado (6A02.Z ).
Divisões e subdivisões importantes
É necessário demonstrar estas divisões e subdivisões para que toda sociedade entenda o porque do Autismo fazer parte de um grande espectro e frisar que ninguém é igual a ninguém, mesmo estando com a mesma condição.
Sendo assim, conscientizar toda a comunidade escolar é importantíssimo, assim como capacitá-los para trabalhar com toda esta diversidade.
E no Abril Azul entender que para que a inclusão e o processo de aprendizagem ocorram de fato e de direito, muitas variáveis estão envolvidas: são observadas condições inatas, genéticas, orgânicas, maturidade, motivação, atenção, experiências vivenciadas, memória, cognição, habilidades, interesses e muitos outros aspectos. Mas, nada influencia mais neste processo do que tornar a aprendizagem afetiva, significativa para quem aprende. Este deve ser o princípio fundamental contido em práticas pedagógicas e adaptações curriculares.
Os Autistas, independente de níveis de suporte, também estão aptos a aprender e necessitam apenas de estratégias assertivas e próprias a sua condição e potencialidades.
Eles têm seus direitos resguardados, através de uma legislação baseada na Lei de Inclusão e no recente parecer CNE CP N.50. 2003, mas ainda precisamos de exigir seu cumprimento e não obstante escutamos dos familiares que estes pacientes sofrem preconceito ou tiveram matrículas negadas em estabelecimentos de ensino. Independente de suas dificuldades e/ou transtornos, é garantido ao cidadão, que seu processo de aprendizagem seja priorizado e que ocorra de fato.
Revisão de velhos paradigmas
Todos aprendem de forma única e em ritmo próprio. Por que as pessoas se esquecem disso ao olhar para aquele que tem deficiência?
É urgente a discussão e revisão de velhos paradigmas, reafirmando que a aprendizagem é realmente um processo de natureza social, que resulta de assimilações e acomodações próprias de cada pessoa, independente de ter ou não ter deficiências, como o TEA. E nada melhor do que no mês do Autismo tratar dessas temáticas e orientar toda a sociedade para torná-la mais empática e mais inclusiva.