Um episódio no início de abril acendeu um alerta vermelho para a saúde mental de nossas crianças. Alunos de uma escola estadual do Recife foram atendidos com sintomas de crise de ansiedade. Os estudantes apresentavam sintomas como taquicardia, sudorese e saturação baixa. Esses dois anos de isolamento social deixaram algumas marcas e o retorno à vida” normal” está acontecendo com alguns efeitos colaterais em várias pessoas.
Crises internas
Vale destacar que a pandemia abalou não apenas o corpo das pessoas como também o emocional. Estão surgindo com maior intensidade os transtornos de ansiedade e depressão. Crianças e adolescentes estão sendo vítimas com muita intensidade e quantidade. Isso se explica pois perderam praticamente dois anos de vida, sem os momentos fundamentais de socialização, contato e estudo. Só os indivíduos com um perfil mais focado e mais centrado, conseguiram se adequar de forma correta ao estudo online, o que então, na maioria das vezes, gerou muita dispersão e insegurança nos estudos também.
Ajuda psicológica
Isolados em casa, as crianças lutavam contra um inimigo invisível e presenciaram a morte de parentes próximos. Isso sem gastar energia, extravasar suas emoções e sem interagir com outras crianças. Dentro de casa, muitas questões familiares acabaram eclodindo. Muitos conflitos de relacionamento surgiram também. Aumentou o número de divórcios, de litígios e a violência doméstica. As pessoas passaram a conviver mais entre elas tendo o isolamento obrigado a olhar internamente para os seus conflitos. Isso propiciou uma série de crises questionamentos e de relacionamento com o outro.
Hoje, é importante que se faça atividade física, que se durma e se alimente bem.
Além da ajuda psicológica, que se tornou essencial, neste momento, para tratar problemas emocionais que se potencializaram. Em muitos casos, não trabalhar essas questões podem até mesmo agravar o quadro e gerar transtornos ou situações como a citada no início deste texto, atingindo pessoas em massa.
É importante voltar ao tal novo normal carregando esse alerta. Preste atenção aos seus próprios sintomas e de quem está à sua volta. E busque ajuda especializada.
Dependência da internet
Esse isolamento aumentou a dependência da internet, que é uma ferramenta muito boa dependendo da forma como é utilizada. Se bem utilizada, ela dá acesso a bons vídeos, ideias, cursos, enfim, conhecimento. Durante a pandemia ajudou muito a aproximar pessoas em termos de conhecimento e informações. Para muitos, porém, tornou-se um vício, uma psicopatologia, gerando alto nível de ansiedade, dificultando o desenvolvimento de outras habilidades. Os pais precisam ter cuidado com crianças e adolescentes para o controle do excesso da utilização e do acesso aos conteúdos inadequados.