Em meio à invasão da medicina pelos economistas em nome da produtividade e do alto desempenho, o cardiologista Wellington Bruno, PhD em medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), lançou o livro ‘Leito 7: a medicina sem pressa (slow medicine)’, pela editora Appris. A obra reúne experiência de mais de três décadas do autor dedicadas à medicina pública e privada, utiliza storytelling, referências à leitura dos clássicos e da literatura contemporânea, reportagens, filmes e séries para defender a importância da humanização na medicina. Voltada para pacientes, profissionais e estudantes, fala ainda da esperança, dos cuidados paliativos, da assistência interdisciplinar, do tempo e da atenção dedicada aos enfermos.

Em tempos de grande evolução tecnológica e científica, mesmo nos grandes complexos hospitalares e consultórios médicos luxuosos, há um mal-estar geral entre pacientes e profissionais da saúde quando a medicina se torna despersonalizada, apressada, fria e protocolar. Mas pode faltar humanização na assistência? Não. Nem aos pacientes e familiares, nem aos profissionais de saúde. Em o ‘Leito 7’, o autor aponta os caminhos para otimizar e humanizar a consulta, melhorar a assistência e a autogestão da saúde, utilizando obras de Churchill, Italo Calvino, Truffaut, Fellini, Homero, Lucrécio, Dante, Cervantes, Shakespeare, Camões, Goethe, Victor Hugo, Dostoiévski e Machado de Assis, entre outros mestres da literatura e do cinema.

“Escrevi o livro que queria ter lido antes de entrar na faculdade de medicina. É um clamor pela desaceleração e atenção na prática médica. É uma declaração de amor à medicina e à leitura, cujo único efeito colateral poderá ser a vontade de ler outros tantos autores citados nesta obra. Achei que poderia contribuir com minha experiência para aqueles que cursam medicina, outras áreas da saúde ou para médicos de todas as idades interessados em medicina, humanidades, cultura e filosofia de vida. Então procurei mostrar as interfaces entre medicina e literatura e como a leitura de outras obras pode contribuir para o exercício da profissão nas diversas áreas da saúde”, conta o médico, que é também pós-graduado em gerontologia e geriatria interdisciplinar pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Referência

O paciente do leito 7, que dá nome ao livro, faz referência a um homem que sofreu um infarto agudo do miocárdio. Apesar da limitação de recursos da década de 1980, ele sobreviveu, mas evoluiu para um quadro clínico de insuficiência cardíaca. Ao longo da publicação, os leitores conhecerão a história dele e verão a diferença que um atendimento humanizado faz. Wellington Bruno ressalta que os fatos relatados são baseados em situações da vida real.

“As críticas que faço não são críticas por críticas ou elogios por elogios. Elas estão ali para inspirar uma atitude reflexiva sobre o que estamos fazendo na profissão e na vida pessoal. Talvez o leitor se reconheça neles ou se recorde de situações semelhantes pelas quais passou em consultórios ou hospitais como profissional de saúde, paciente ou tenha visto acontecer com familiares ou amigos”, explica o médico.

Sobre o autor

Wellington Bruno é graduado em medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF) há 35 anos, onde atua como cardiologista há quase 30 anos. Especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), é Fellow of the European Society of Cardiology, mestre em cardiologia (UFF), doutor em medicina com pós-doutorado em medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pós-graduado em gerontologia e geriatria interdisciplinar (UFF), em geriatria clínica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS) em parceria com Universidade do Porto e em cuidados paliativos pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein.

Ficha técnica

Título: Leito 7: a medicina sem pressa (slow medicine)

Autor: Wellington Bruno

Editora: Appris

Páginas: 248