Pessoas com alto QI possuem características únicas que podem ser enquadradas como um “novo temperamento” segundo afirma o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela em seu livro ‘Identificando um novo traço temperamental em pessoas com alto QI: o temperamento superdotado’.
O temperamento humano é formado por uma série de padrões comportamentais e emocionais inatos de uma pessoa. O seu desenvolvimento envolve características como humor, disposição e reação a diferentes situações. Os quatro temperamentos tradicionalmente citados são: sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático. Cada um apresenta traços distintos que influenciam a forma como uma pessoa interage com o mundo ao seu redor, moldando sua personalidade e estilo de vida.
Sanguíneo: extrovertido, sociável, falante, sensível, caloroso, animado, entusiasta e otimista. Geralmente gosta de ser o centro das atenções e vive no momento atual.
Colérico: independente, decisivo, orientado a objetivos e assertivo. É um líder natural, ambicioso e prático, mas pode ser impaciente e tende a demonstrar ira.
Melancólico: introvertido, pensativo, analítico e profundo. Também pode ser pessimista e se inclinar para o perfeccionismo.
Fleumático: tranquilo, confiável, eficiente e prático. Capaz de manter a cabeça fria em situações estressantes, mas pode ser visto como indiferente ou lento para responder.
Características únicas
De acordo com Agrela, pessoas com QI elevado possuem características únicas que podem ser enquadradas como um novo temperamento. “As revisões bibliográficas, enquetes, entrevistas etc. que foram usadas para o desenvolvimento do livro mostraram que pessoas com alto QI podem ter muitos pontos positivos dos quatro temperamentos, mas costumam ter menos características negativas desses temperamentos. Isso sugere a ideia de um ‘temperamento superdotado’ como uma quinta categoria, diferente das outras, trazendo todos os aspectos positivos dos temperamentos tradicionais, mas com menos aspectos negativos”, afirma.
O neurocientista explica que o temperamento superdotado é composto por características muito únicas de pessoas com alto QI, por exemplo, curiosidade intelectual intensa em diversas áreas, criatividade, busca por novas experiências, confiança, perfeccionismo, liderança, calma, inconstância, teimosia, competitividade e introspecção, entre outras. “Isso não significa que pessoas com outros tipos de temperamentos tradicionais não possam ter alto QI, é perfeitamente possível”, pontua.
Complementa que as características, por exemplo, de ser sociável e extrovertido no sanguíneo, de ser assertivo e orientado a objetivos no colérico, de ser analítico e introvertido no melancólico ou calmo e eficiente no fleumático não impedem o alto QI. “Há, inclusive, uma prevalência do alto QI entre pessoas com temperamento colérico, seguido pelo sanguíneo, melancólico e fleumático, respectivamente”, explica.
Sobre o autor
O neurocientista Fabiano de Abreu Agrela é PhD em neurociências, mestre em psicologia, doutor e mestre em ciências da saúde nas áreas de psicologia e neurociências com formações também em neuropsicologia e biologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International e cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler. Também é professor convidado na Universidad de Aquino Bolivia (Udabol), na Universidad Santander do México, na Escuela Europea de Negocios (EEN), Espanha, e na Fabic (Brasil).
Ficha técnica
Título: Identificando um novo traço temperamental em pessoas com alto QI: o temperamento superdotado
Autor: Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues
Editora: Fabiano de Abreu
Páginas: 98
