Além de controlar os sintomas depressivos um dia após a administração, a substância ocasionou redução de marcadores de inflamação, o que abre caminhos novos na pesquisa de psicodélicos.
A pesquisa, realizada por Fernanda Palhano, do laboratório de Neuroimagem Funcional do Instituto do Cérebro (ICe/UFRN), mostrou que em um intervalo de apenas 48 horas, os pacientes e voluntários tratados com a Ayahuasca apresentaram diminuição do perfil inflamatório em relação aos que tomaram o placebo. O biomarcador utilizado para demonstrar essa melhora foi a Proteína C-Reativa, que apresentou redução em seus níveis diante da Ayahuasca, sendo correlacionada à melhora dos sintomas depressivos.
Essa proteína é produzida no fígado como resposta a toda ativação de uma cascata inflamatória e, portanto, não é uma exclusividade do organismo das pessoas com depressão. No entanto, a resistência ao tratamento por parte desses pacientes, que somam cerca de 30% dos casos, vêm sendo associada a uma inflamação crônica moderada.
Este foi o primeiro ensaio clínico com psicodélico controlado com placebo, o chamado teste duplo cego, a mostrar em humanos um efeito anti-inflamatório.