Esse início de ano foi farto de cenas de pessoas ignorando os protocolos de cuidados. Festas clandestinas, praias lotadas, shoppings e centros comerciais abarrotados são situações que nos fazem questionar sobre o que leva tanta gente a se arriscar e a por outras pessoas em risco. A primeira solução que nos vem à mente é intensificar as campanhas de conscientização e acirrar as medidas de punição, o que, de fato são as ações coletivas que cabem ser implementadas pelas instituições.

Visão egoística e de onipotência

A ilusão da onipotência se revela na crença de que somos blindados contra todo o mal. A superproteção, por exemplo, intensifica essa sensação. Crescemos com a sensação de que nunca perderemos, nunca cairemos, nunca nos machucaremos. A visão egoística se traduz no fato de nos enxergarmos como o centro de tudo e, dessa forma, termos que ter nossos desejos atendidos a tempo e a hora, não importando as consequências. Essa visão precisa ser combatida assim que a criança começa a se relacionar com outras crianças. Dividir o espaço, o brinquedo e a atenção é aprendizado árduo que se não aprendido desde cedo, dificulta em muito nosso convívio social. Por fim, a inabilidade empática faz com que não consigamos nos colocar no lugar dos outros e, com isso, não nos sensibilizemos com o que possa vir a acontecer com eles. Eis a importância do desenvolvimento da empatia.

Em certa medida, todos nós temos deficiências no desenvolvimento dessas habilidades tão essenciais para a consciência social, mas a pandemia jogou luz na quantidade de pessoas que não alcançaram um mínimo de condições essenciais a um convívio civilizado.

E MAIS…

As campanhas de conscientização não podem parar

As medidas punitivas precisam ser acirradas. No entanto, a tomada de providências no campo da educação familiar e escolar é urgente. Não é sobre usar ou não máscaras. É sobre se humanizar para continuarmos a construir uma civilização.