Vivemos tempos de sobrecarga emocional, conflitos constantes e busca incessante por controle. Como seria possível viver com mais leveza e autenticidade? Eu seu livro Pare de brigar com a vida: estratégias inusitadas para se levar menos a sério (Planeta de Livros), o psicólogo e escritor Frederico Mattos propõe reflexões e estratégias práticas para lidar com os desafios do cotidiano sem se perder em desgastes emocionais desnecessários. Com prefácio assinado pela Monja Coen, a obra explora temas como autoconhecimento, relacionamentos autênticos e a importância de abandonar padrões de comportamento prejudiciais.
Com mais de 20 anos de experiência clínica, Frederico atende adultos e casais e tem ajudado milhares de pessoas a enfrentarem dilemas emocionais sem se perderem em lutas desnecessárias. Autor de cinco livros e referência na promoção da maturidade emocional, seu trabalho se destaca pelo olhar provocativo e acolhedor sobre a vida cotidiana.
Ele compartilha suas reflexões no Instagram, espaço no qual explora desde os dilemas amorosos até a complexidade das emoções humanas para um público de 75 mil seguidores. Seu canal no YouTube, Sobre a Vida, soma mais de 230 mil inscritos. Como palestrante, é frequentemente convidado para podcasts e programas de rádio e televisão, ajudando as pessoas a lidarem com seus conflitos pessoais.
O que o sofrimento desnecessário engloba?
Sofrimento desnecessário é o que criamos ao resistir à realidade. Ele nasce da tentativa de evitar o tempo, o amor, a mudança e os outros – os quatro pilares inevitáveis da vida. Quanto mais fugimos disso, mais sofremos. A chave não é reprimir a dor, mas deixar que ela nos atravesse, sem racionalizar ou acelerar. Sofrer menos não é ignorar a dor, é acolhê-la com maturidade.
O que é e como se livrar da ilusão do controle?
A ilusão do controle é a fantasia de que podemos prever e moldar tudo conforme nossas vontades. Mas a vida é feita de imprevistos e divergências. Soltar essa ilusão é aceitar que nem tudo está sob nosso comando – nem mesmo as pessoas que amamos. Soltar o controle é economizar energia e ganhar qualidade de vida. Às vezes, deixar alguns pratos caírem é a atitude mais sensata.
Quais os prejuízos que trazem e como trabalhar crenças limitantes?
Crenças limitantes não são apenas coisas que acreditamos racionalmente, são falsas verdades emocionais, elas prejudicam a nossa autonomia e distorcem a realidade. Elas nascem de traumas, medos ou vivências familiares que seguimos repetindo. Os prejuízos vão de relações rasas até problemas de saúde mental. Trabalhá-las é um processo de auto-observação, teste de realidade e abertura ao novo. Maturidade emocional envolve aprender a se posicionar com liberdade para arriscar, presença de espírito e sabedoria ao tomar decisões que impactem os outros.
Como alcançar maturidade emocional?
Maturidade emocional é aceitar a complexidade da vida e se relacionar com os próprios afetos sem ser refém deles. Ela nasce do equilíbrio entre ação e pausa, firmeza e afeto, presença e autonomia. É construída com tempo, autoconhecimento e convivência. Exige saber rir de si mesmo e se levar a sério na medida certa. Maturidade não é rigidez – é flexibilidade lúcida.
De que forma é possível viver uma vida com mais leveza?
Leveza é parar de brigar com a vida. É aprender a rir das próprias incoerências, escolher bem suas batalhas e soltar o que não depende de você. Viver com mais leveza é permitir prazer, descanso e não se prender a roteiros mentais destrutivos. A leveza não vem da ausência de problemas, mas da maneira como os encaramos.
O que significa e como é possível viver com autenticidade?
Autenticidade é viver com coerência entre o que se sente, pensa e expressa. Não é ser brutalmente sincero, mas ser inteiro. Implica coragem para desapontar expectativas alheias e liberdade para mudar com o tempo. Pessoas autênticas não vestem personagens – vivem com a alma na frente do crachá.