Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCE), no Brasil, mais de 30 milhões de pessoas sofrem com essa enfermidade. No mundo a enxaqueca atinge 1 bilhão de pessoas e é a sexta doença crônica que mais incapacita, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Na literatura médica existem cerca de 200 classificações diferentes para dores de cabeça, sendo que 90% da população já teve, tem ou terá desenvolvido algum sintoma da doença, afirma a OMS.

Dados estatísticos

No Brasil, 15% da população sofre da forma crônica da doença. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a enxaqueca é a segunda maior causa de incapacidade no mundo.

As mulheres são o grupo mais vulnerável para as cefaleias devido às variações hormonais, principalmente no período menstrual. Estima-se que cerca de 20% da população feminina sofre de enxaqueca. Dessas, 10% apresentam a forma mais grave da doença, com dores quase diárias, a chamada enxaqueca crônica.

As cefaléias são classificadas em dois tipos: as primárias, que não são provocadas por outras doenças e cujas causas ainda não estão bem esclarecidas, como enxaqueca, enxaqueca com aura, estresse e tensão. E as secundárias, que são as dores de cabeça provocadas por outras doenças como tumor, aneurisma, otite, sinusite, intolerância alimentar e problemas na coluna.

Geralmente as cefaléias primárias duram cerca de 48 horas e seus sintomas são progressivos, começando aos poucos e piorando ao longo do tempo e não dependem de uma outra condição ou doença. Além das dores de cabeça, a cefaleia primária pode provocar enjôo, vômitos ou perda parcial da visão.

Hábitos simples que ajudam

Hábitos simples podem ajudar a evitar que as cefaleias primárias sejam um problema. Se uma pessoa tem uma vida saudável com prática de atividades físicas, alimentação balanceada, dorme bem e evita o tabagismo, ela diminui as chances de contrair qualquer tipo de dor de cabeça.

Já as cefaléias secundárias podem ser provocadas por ordem progressiva ou originadas por outras doenças, sendo o tumor a mais comum em dores de cabeça mais progressivas. Esse tipo de cefaleia não melhora com o tempo e dura mais de 48 horas. Neste caso, é necessário ter atenção e um acompanhamento mais profundo do problema.

Vale lembrar que a cefaleia tensional pode ser confundida com enxaqueca. E se a cefaleia tensional for frequente, as chances de sofrer com enxaqueca são maiores.

Avaliar o histórico familiar

A primeira medida a ser tomada é avaliar o histórico familiar do paciente porque ele pode ter uma predisposição no desenvolvimento de uma cefaleia. Muitos pacientes contam com algum tipo de alteração no cérebro que precisa ser investigada.

O tratamento profilático com medicamentos é recomendado para casos mais complexos, quando a frequência da dor é muito intensa e deve ser acompanhada por um médico.

Para o médico identificar qual a causa do problema é preciso realizar alguns exames. No caso de intolerância alimentar, existem exames de sangue capazes de demonstrar quais substâncias podem desencadear esse processo.

Já na enxaqueca o diagnóstico é clínico, com exame físico e neurológico e em alguns casos de dor de cabeça muito forte, exames complementares como tomografia e ressonância. No caso da dor de cabeça tensional é possível perceber pontos doloridos nos músculos da região do pescoço e ombros. Quando a dor for provocada pela sinusite, a tomografia é o exame ideal para saber a localização e extensão do problema.

E MAIS…

Outra forma de identificar o tipo de dor é pelos sintomas

Enxaqueca – Dor intensa, acompanhada de náuseas, vômitos, sensibilidade excessiva à luz, ao som ou ao movimento. Sem tratamento, as crises podem durar de 2 a 4 dias;

Intolerância alimentar – Presença forte de gases, muito desconforto, diarreia, dor de cabeça, inchaço abdominal e secreção nasal;

Sinusite – Dores fortes de cabeça e nos seios da face, uma sensação de pressão no rosto, dor de cabeça latejante. Quando a sinusite se manifesta de forma aguda, ela pode causar até desmaios;

Cefaleia tensional – É uma forte dor que causa uma rigidez nos músculos do pescoço, causando muito desconforto. Acomete também as costas e até o couro cabeludo.

Depois de feito o diagnóstico correto é só dar início ao tratamento receitado pelo médico. Evite sempre a automedicação.