Especialistas dizem que as descobertas podem ajudar a identificar alvos para terapias que podem tratar vícios. 

De acordo com os pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, o estudo acaba com muitos dos estereótipos que ainda permeiam o campo do vício: que o vício é uma paternidade ruim, o vício é uma personalidade fraca, o vício é uma falta de moralidade.

Circuito de dependência

No estudo, os pesquisadores compararam os exames cerebrais de 34 pessoas que pararam repentinamente de fumar após uma lesão cerebral focal, como de um acidente vascular cerebral, com os de 69 pessoas que continuaram fumando após tal lesão. Aqueles que pararam de fumar tiveram danos no cingulado dorsal, no córtex pré-frontal lateral, na ínsula ou em regiões fortemente conectadas a uma dessas áreas por meio de nervos. Juntas, essas áreas parecem compor um circuito de dependência.

Olhando para uma coorte separada de 186 pacientes, os pesquisadores também descobriram que o dano a esse circuito estava associado a uma menor probabilidade de dependência de álcool, indicando que o circuito pode estar implicado no vício, em geral.

Estimulação cerebral

Os resultados sugerem que direcionar o córtex pré-frontal medial, uma área do cérebro que reduz a atividade no circuito identificado, com estimulação magnética transcraniana pode ser uma via de tratamento promissora.

Alguns especialistas afirmam que uma abordagem baseada em estimulação cerebral, incluindo descobrir qual frequência de estimulação magnética usar, exige uma adaptação individual do tratamento – e o desafio estaria em torná-los acessíveis às pessoas com vícios.