Especialista em comportamento profissional alerta para os impactos emocionais no ambiente corporativo, como alta competitividade, excesso de metas, reuniões intermináveis, medo de demissão, e dá dicas para lidar com eles de forma saudável.
Para Madalena Feliciano, empresária, CEO da Outliers Careers e especialista em desenvolvimento humano, esse cenário exige um novo olhar das lideranças e dos próprios profissionais.
Saúde emocional
“Hoje, mais do que nunca, as empresas precisam entender que saúde emocional é produtividade. Tratar da mente é parte do trabalho”, destaca.
Com mais de 25 anos de atuação como mentora de líderes e equipes, Madalena explica que as emoções não desaparecem na porta da empresa — elas seguem o profissional e influenciam diretamente em sua performance, relações interpessoais e capacidade de tomar decisões.
Lidar com a ansiedade
A especialista elenca cinco caminhos para lidar com a ansiedade e outras emoções disfuncionais no ambiente de trabalho:
1. Reconheça os sinais antes que o corpo grite: Taquicardia, insônia, irritabilidade, procrastinação constante ou um perfeccionismo paralisante podem ser sintomas de ansiedade mal gerida. “A autoconsciência é o primeiro passo. Só conseguimos mudar aquilo que conseguimos nomear”, afirma Madalena.
2. Busque apoio — não é fraqueza, é coragem: Conversar com um mentor, terapeuta ou profissional de saúde emocional pode ser o divisor de águas para um novo ciclo profissional. “O autoconhecimento abre espaço para escolhas mais saudáveis e atitudes mais assertivas”, reforça.
3. Estabeleça limites claros, inclusive com você mesmo: A cultura do ‘sempre disponível’ é uma das grandes vilãs da ansiedade corporativa. Respeitar horários, dizer “não” quando necessário e separar vida pessoal e profissional são atitudes essenciais.
4. Tenha pequenas âncoras no dia a dia: Respirações profundas, pausas conscientes, caminhadas curtas ou mesmo escutar uma música relaxante por alguns minutos podem funcionar como válvulas de escape emocionais para manter o equilíbrio no dia a dia.
5. Desenvolva inteligência emocional — e ajude sua equipe a fazer o mesmo: Líderes emocionalmente inteligentes criam ambientes mais seguros, respeitosos e colaborativos. “Uma empresa que estimula o diálogo, o acolhimento e a escuta ativa colhe mais do que resultados: colhe bem-estar e lealdade”, afirma a especialista.
Inteligência organizacional
Tratar a ansiedade e outras emoções disfuncionais no ambiente de trabalho é, acima de tudo, um ato de humanidade e inteligência organizacional.
“Cuidar das pessoas é cuidar da saúde da empresa. O profissional que se sente emocionalmente seguro se torna mais criativo, produtivo e conectado com os propósitos da organização”, finaliza Madalena Feliciano.