“Afinal, o que é? Como se chega a ele? Algo que deveria ser fonte de alegria e prazer, pode virar motivo de angústia, ansiedade, baixa autoestima na vida do casal. Mas não precisa ser assim!

Essa deve ser uma experiência constante, vivida com leveza e cumplicidade pelo casal. E que traz, tanto para homens quanto para mulheres, inúmeros benefícios para a saúde, conforme indicam vários estudos científicos: melhoria do sistema cardiovascular e imunológico; regulação do sono; aumento da sensação de saciedade e consequente redução da fome; redução da tensão e da ansiedade etc. Além, é claro, de fazer muito bem ao relacionamento, aumentando o vínculo afetivo.

O momento de cada um

As pessoas normalmente usam expressões superlativas para definir essa sensação de completude que caracteriza o orgasmo: “uma explosão de prazer”, “o ápice da relação sexual”, e por aí vai.  Por conta disso, muita gente se cobra uma performance de filme, com explosão de fogos de artifício e tudo o mais, e acaba se frustrando. O certo é que, para cada um, o orgasmo se manifesta de uma forma. E tudo bem! Mulheres e homens agem – e reagem – de forma diferente.

Normalmente, a ala feminina tem mais dificuldade, apesar de ser, por natureza, “multiorgástica”. Mas o que é isso? É a capacidade que a mulher tem de chegar ao orgasmo e permanecer nele, tendo vários picos de prazer. Os homens, por sua vez, geralmente têm apenas um orgasmo, quando ejaculam. Mas eles também podem ser multiorgásticos, por meio de práticas que consistem em segurar a ejaculação para sentir vários picos de prazer também.

O prazer feminino e masculino  

Mas se a mulher é multiorgástica, porque justamente ela encontra mais dificuldade quando o assunto é atingir o orgasmo? Há vários motivos para que isso aconteça. Alguns neurológicos e físicos – como a dispareunia (dores intensas durante o ato sexual) e o vaginismo (contração dos músculos da vagina que dificultam ou impedem a penetração). Mas, com certeza, o principal é cultural, resultado de uma criação que determina que o papel da mulher é conceber, e não sentir prazer. Ainda hoje, em pleno século XXI, ainda há quem diferencie a “mulher pra casar” da “mulher só pra fazer sexo”. E esse tipo de pensamento pode arruinar a vida sexual de um casal.

Conhecer o próprio corpo e seu funcionamento é importante para que se possa mostrar ao outro o que dá prazer.

E engana-se quem acha que a ala masculina está livre de ter dúvidas e dificuldades quando o assunto é orgasmo. Os homens tendem a falar menos sobre isso por medo de comprometer sua “masculinidade”, mas antes de mais nada, é importante não confundir dificuldade de atingir o orgasmo com impotência – esta, caracterizada pela falta de ereção. Um homem pode ter a ereção mas, ainda assim, não chegar ao orgasmo.

Quando se fala em dificuldade do homem de atingir o clímax em uma relação sexual, as causas podem ser diversas, tanto de ordem física, quanto psicológica. As principais são as deficiências hormonais (hipotireoidismo ou hipogonadismo); as lesões físicas ou neurológicas; o uso de antidepressivos; a ansiedade (muitas vezes associada à expectativa quanto ao próprio desempenho sexual), a depressão e o estresse. O melhor então, é recorrer a um especialista para identificar exatamente o que está causando o problema, e dar o devido tratamento à questão.

Assim como muitas dúvidas, travas e conflitos sexuais vividos na relação podem exigir apoio profissional de um terapeuta. Isso podem ajudar o casal a ter sempre um final feliz no sexo.

E MAIS…

O orgasmo faz bem à saúde

O orgasmo é o momento da relação que caracteriza-se pela liberação de vários hormônios:

– a endorfina, que causa a sensação de bem-estar;

– a dopamina, associada ao prazer; e

– a ocitocina, que age sobre o humor e reduz a ansiedade.