Apesar dos debates sobre igualdade de gênero frequentemente minimizarem as diferenças entre pais e mães, é essencial reconhecer as funções distintas que cada um ainda desempenha na dinâmica familiar e no crescimento da criança.

Historicamente e culturalmente, os papeis de pai e mãe foram associados a funções distintas. Enquanto a mãe, muitas vezes se encarrega da parte afetiva e cuidadora, o pai, tradicionalmente, é visto como o provedor e protetor.

Esta associação com a proteção tem raízes biológicas e sociais, refletindo a força física e o papel histórico dos homens como guardiões e provedores da família.

Vínculo mãe e filho

Na psicanálise, a presença do pai é fundamental como uma espécie de “corte” na relação intensa entre mãe e bebê. Inicialmente, o vínculo entre mãe e filho é muito próximo, com a mãe sendo o mundo do bebê.

A introdução de uma figura paterna ou alguém que simbolize a função paterna é crucial para que a criança comece a desenvolver autonomia e se prepare para enfrentar o mundo de forma independente.

Quando um homem se torna pai, é comum que ocorra uma mudança significativa em seu comportamento. Ao contrário da ideia de que a paternidade não altera a personalidade, muitos pais experimentam uma transformação profunda, assumindo responsabilidades adicionais e mudando suas prioridades.

Bem-estar do filho

O pai tende a se tornar mais voltado para o lar e para o bem-estar do filho, demonstrando uma mudança de foco das atividades pessoais para a paternidade. No entanto, é importante notar que esse ajuste nem sempre acontece de forma uniforme.

Algumas pessoas podem continuar a se comportar como se ainda fossem livres de compromisso, especialmente se possuírem características narcisistas ou egocêntricas.

Outro ponto importante são os impactos que a ausência da figura paterna pode ter no comportamento e desenvolvimento da criança. Quando um pai está ausente, seja por falecimento, separação ou qualquer outro motivo, a criança pode enfrentar desafios no desenvolvimento de uma identidade masculina ou na formação de uma imagem positiva do que significa ser um homem.

Papel masculino nas relações

Para as meninas, a falta do pai pode influenciar suas escolhas de parceiros e sua visão sobre o papel masculino nas relações. Nos casos onde a figura paterna está presente, mas não exerce uma função efetiva de limites e estrutura, as crianças podem apresentar dificuldades em estabelecer regras e obedecer a limites, o que pode resultar em comportamentos problemáticos, como falta de disciplina, uso de drogas, dificuldades nas relações interpessoais e até mesmo afetar o desempenho acadêmico.

Assim, a presença ou ausência de uma figura paterna tem um impacto claro no desenvolvimento da criança. Crianças sem limites claros podem mostrar comportamentos de risco e dificuldades nos relacionamentos, refletindo a ausência de uma figura masculina que estabeleça e mantenha a estrutura familiar.

Crescimento emocional

Logo, a figura paterna desempenha um papel crucial na vida da criança, não apenas como provedor e protetor, mas também como uma fonte de limites e estrutura que ajuda na formação da identidade e na capacidade de se relacionar com o mundo.

Uma presença ativa e engajada contribui significativamente para o desenvolvimento saudável da criança, promovendo um ambiente equilibrado, favorecendo um crescimento emocional e psicológico positivo.