É muito comum, em pacientes que vem trabalhar questões sobre relacionamento, relatos sobre sentimentos de vazio, busca por excitações imaginadas, idealizações de como seria se…, mundos e desejos romantizados.
É comum ouvir de pacientes: “Dra. você precisa me dar algumas dicas ou ideias novas, para eu aplicar no sexo”. Fico eu imaginando, o que de diferente eu possa sugerir além de tudo que já existe nos livros, cursos e todo material disponível legalmente e clandestinamente na internet?
Níveis neurológicos
As pessoas falam, geralmente, o tempo todo sobre sexo com amigos e desconhecidos, e a conversa e perguntas são sobre “como” e “onde” fazer, ou fizeram sexo. Mal sabem, que essas ações costumam estar na base da pirâmide dos níveis neurológicos, como explica a PNL Sistêmica.
O antropólogo Gregory Bateson defende a ideia de que o aprendizado obedece a uma determinada hierarquia e a denominou de níveis lógicos de aprendizagem. Robert Dilts modelou a estratégia de Bateson e a adaptou aos pressupostos da PNL, criando o que chamamos de Níveis Neurológicos.
Os níveis neurológicos são: Ambiente, Comportamento, Capacidades, Crenças, Identidade e Espiritual. Dessa maneira, quando falamos de onde, como e quais recursos eu utilizo para me relacionar, estamos falando dos três níveis mais abaixo na pirâmide. O que não quer dizer que são ruins ou errados, mas sim menos profundos.
Mas o que isso quer dizer?
Isso quer dizer que enquanto continuarmos a nos preocupar com no “onde” (onde quero encontrar um parceiro, onde quero fazer sexo…), “como” (como quero uma relação, séria, aberta, com alguém que fale comigo todo dia, o dia todo, como quero o sexo….) e “o que” (com intensidade, frieza, afastamento..), estaremos fadados a continuar no 8 ou 80 das relações; continuaremos nos extremos; continuaremos a querer o tudo, amores frenéticos, impulsivos e intensos, ou o nada, a desilusão, isolamento e o não se relacionar.
Como eu sempre digo, entre os números 8 e o 80 existem 72 números, 72 possibilidades, porque então permanecer só no 8 ou 80?
Por que não encontrar outras maneiras de se relacionar, ou melhor, a sua maneira de se relacionar, a que verdadeiramente você deseja?
Aprofundar-se em si mesmo, no outro e numa relação
Para aprofundarmo-nos em nós e, por consequência, nas nossas relações, o interessante a questionar é fazer perguntas relacionadas a Crenças, Identidade e Espiritual, como: “Que valores eu tenho, busco e quero numa relação?”, “Quem sou eu, que tenho e quero uma relação?”, “Quem mais eu quero que estejam comigo e meu parceiro (a), nessa relação?”.
Essa pode não ser a maneira mais fácil de se relacionar, muito menos possui “Manual de Instruções” disponível na internet, porém, é a maneira de se aprofundar em si mesmo, no outro e numa relação.
Requer autoconhecimento, para iniciar, e só então se disponibilizar a encontrar alguém que queria trocar essa experiência fantástica que é se relacionar profundamente.
Experimente!