O bruxismo é o ato involuntário de ranger ou apertar os dentes, geralmente durante o sono, o que causa desgaste dentário, dores faciais, dores de cabeça e distúrbios no sono. Existem diversos fatores que podem aumentar o risco de ter a condição, como estresse, tabagismo, apneia, entre outros, mas poucos sabem que o autismo também pode desencadear o problema.

O que explica a relação? Diversos estudos recentes indicam uma forte relação entre o autismo e a prevalência de bruxismo, tendo até 3,6 vezes mais risco que crianças neurotípicas. As evidências sobre o que está por trás dessa relação ainda são escassas, mas há suspeitas de que a prevalência de problemas emocionais, como a ansiedade, e hábitos orais típicos de crianças autistas, como morder brinquedos, sucção e respiração bucal podem estar relacionados com a incidência do bruxismo.

O bruxismo muitas vezes é visto como uma condição exclusiva da idade adulta, mas ela também pode se manifestar em crianças, que podem sofrer mais com os efeitos da condição. Por isso, é importante iniciar o tratamento o quanto antes segundo a cirurgiã-dentista Andrea Melo, especialista em bruxismo, PhD em odontologia. “É importante tratar o bruxismo em crianças para garantir uma melhor qualidade de vida e prevenir problemas futuros comuns”, ressalta.

Andrea complementa que o bruxismo infantil pode comprometer o desenvolvimento dentário e afetar o crescimento geral, prejudicando o sono e causando estresse e ansiedade. “Por isso, o acompanhamento adequado é fundamental”, reforça.