A filha de um casal de amigos, durante um jantar estava muito empolgada e realizou uma apresentação instrumental usando um violão. O detalhe é que a jovem somente conhecia uma nota musical. Foi interessante observar aquela apresentação, pois apesar do esforço daquela menina, as limitações de conhecimento e insistência em usar somente uma nota musical geraram certo desconforto.
A lembrança daquele jantar permitiu refletir na quantidade de planos de aulas, que ficaram limitados e não foram atualizados. Anos se passam e as referências bibliográficas permanecem as mesmas… O resultado catastrófico é o distanciamento de um plano de aula parado no tempo e a realidade vivenciada por inúmeros estudantes. Na canção “Samba de uma nota só”, os compositores Tom Jobim e Newtom Mendonça enfatizam uma situação, que também poderá ser observada na vivência educacional: “Quanta gente existe por aí… Que fala tanto… E não diz nada ou quase nada”.
Discurso não ganha jogo
Encontramos profissionais que após uma demissão ou o desligamento de um local de trabalho não são capazes de avaliar a própria atuação profissional ou comportamental… Atletas que após perderem um importante jogo, colocam a culpa em vários fatores, mas não são capazes de avaliarem o desenvolvimento das suas competências… Identificamos professores que reclamam que os estudantes dormem na sala de aula, porém não há nada de interessante para que o despertar da atenção aconteça… Há profissionais que durante um encontro de formação, ao contrário de aproveitar aquela oportunidade para expandir seus conhecimentos, optam em ficar conversando paralelamente ou apontando falhas da comissão organizadora do evento. Será que a atuação destas pessoas demonstra que a dimensão do tempo mudou?
Para desenvolver e fortalecer as habilidades diferenciadas na educação, além da conduta ética, a comunicação, o processo criativo, a realidade situacional e a capacidade de inovação são essenciais para um plano de aula atualizado e moderno. Diante das inúmeras pesquisas e estudos que realizo na área de gestão de pessoas, gosto de afirmar que “discurso não ganha um jogo. A atitude de fazer acontecer é um ingrediente de transformação”.
Neste sentido é essencial perceber verdadeiras heroínas e heróis da educação, que internalizam o compromisso de uma mudança. Profissionais brilhantes que fazem acontecer. Você conhece alguém assim? Pessoas apaixonadas por uma educação transformadora, buscam inserir no plano de aula ingredientes como: respeito, atualização, clareza, organização, controle do tempo, troca de experiências, planejamento, conhecimento teóricos e práticos.
Uma pessoa com competência percebe que a vida é feita de oportunidades, repletas de derrotas e vitórias. Com as dificuldades aprende, desenvolve novas habilidades e supera os seus desafios. Com as conquistas realizadas, uma pessoa com competência jamais aceita ser o mesmo que antes.
Pergunte para aquela pessoa que somente reclama e encontra falhas na gestão, no sistema de ensino e nas pessoas com quem trabalha, qual o livro que está lendo ou questione quando foi o último seminário ou formação continuada que realmente participou ativamente? Certamente você ouvirá desculpas do tipo “eu não tenho tempo para ler” ou ainda o pretexto de que palestras, cursos, formações, reuniões e workshops falam sempre do mesmo assunto. Realize um exercício com você agora e note o quanto você desenvolve todos os dias, aspectos cognitivos, afetivos e sociais para fortalecer seu desejo de demonstrar competência no que realiza.
Conjunto de saberes
Relevante mencionar que alguns estudiosos do tema competência, defendem a necessidade de um conjunto de saberes e identificação com o que se gosta de fazer. Outros pesquisadores, defendem que a responsabilidade é o alicerce para que a competência ocorra, indiferentemente do trabalho realizado e da metodologia utilizada para transferências de conhecimentos na sala de aula. Há também o entendimento de que competência exige a aplicabilidade de quatro ações fundamentais: conhecimento, habilidade, atitude e entrega.
Cada vez que você ouvir falar em competência, procure lembrar do que aconteceu comigo na casa dos meus amigos, quando a filha deles fez a apresentação utilizando o violão para tocar com uma nota só. Competência na educação exige expandir conhecimentos, desenvolver habilidades para superar desafios, atitude para respeitar a diversidade humana e entregar os melhores resultados que você consiga fazer.
Fortaleça o compromisso de que ninguém nasce com competência! Desenvolvemos competência por meio da habilidade do saber fazer, de como fazer e do querer fazer: “Vencer não é sorte! Vencer é um processo de construção do saber, com o fazer bem feito!
A força do pensamento positivo
Desistir de um desafio e justificar exemplos de outras pessoas que desacreditaram de um sonho ou de uma meta, parece ser mais fácil… Quantas vezes ouvimos pessoas anunciarem que desejavam realizar um curso de idiomas, iniciar uma faculdade ou um curso de pós-graduação? Quantas vezes ouvimos o anúncio de que os exercícios físicos seriam levados a sério?
O ser humano vive continuamente em competição! Muitas vezes, não percebe que a trapaça, calúnia, discórdia, desmotivação e uma lista enorme de outras características negativas, podem influenciar você a desistir de uma meta, um sonho ou uma nova perspectiva de mudança. Intrinsicamente, possuímos uma força de pensamento que tenderá para o lado negativo ou positivo. Procure despertar em você, reação eficientes para despertar uma vontade de ir além e de sair de uma possível atmosfera de comodismo.
Neste sentido, um plano que aula que acompanhou as mudanças procura estar alinhando ao público. Conhecer os saberes, definir um propósito e identificar se existiu uma absorção coerente do conteúdo. Quando sou convidado para apresentar palestras para professoras, professores e coordenadores de ensino, procuro sempre chamar a atenção de que planejamento é onde eu estou e onde quero chegar. Estratégica é como eu quero chegar. Controle é a necessidade de perceber se está no caminho correto, aplicar contramedidas, implementar ações corretivas, inspirar e seguir em frente. Resultado é saber que “o medo de fracassar levou inúmeras pessoas a desistirem da concretização dos seus sonhos”.
Deixe de apresentar desculpas ou de ficar esperando que outras pessoas façam por você. O momento é agora! Os alunos que tiram nota baixa, podem apresentar uma lista gigantesca de justificativas, mas paralelamente, alunos que tiram notas altas não ficaram parados no tempo, mas correram atrás de seus objetivos e metas para fazerem a diferença.
E MAIS…
Como você deseja ser lembrado por seus alunos?
O uso de recursos tecnológicos contribuirá muito para atrair e reter a atenção, ajudando a otimizar o processo de ensino e aprendizado. Utilize sempre que possível alguns tipos de ilustrações, use gincanas, caça-palavras ou dinâmicas de equipes. Observe como as crianças brincam em parques, analise como ficam grudadas na frente da tela do computador, então… pense fora da caixa ao planejar uma aula. Sempre é importante lembrar que seu plano de aula deve inspirar e não desmotivar.
No meu livro Oportunidades (página 151), apresento a seguinte frase: “Jogue bola com pessoas ruins e você será visto como uma pessoa derrotada! Jogue bola com pessoas competentes e você levantará um troféu junto com elas”.
A grande magia da vida é que escolhemos viver e conviver com pessoas positivas ou negativas ao nosso lado. Não há como uma pessoa desmotivada, triste, egoísta e orgulhosa demonstrar entusiasmo em cooperar. Porém é encantador constatar, que pessoas com humildade e encorajamento, demonstram permanecer do seu lado nas mais diferentes mudanças da vida. Pessoas medíocres e desmotivadas reclamam de tudo e encontram um problema para cada oportunidade… Pessoas felizes, otimistas e determinadas encontram uma oportunidade para cada problema