Cerca de 3,4 milhões de transplantes capilares foram feitos em todo o mundo em 2021 segundo dados do Medihair, plataforma para tratamentos de calvície e queda de cabelo medicamente comprovados. O dado mostra que a busca pelo procedimento tem se popularizado entre homens e mulheres. As técnicas evoluíram consideravelmente nos últimos anos e oferecem resultados cada vez melhores e mais naturais conforme a dermatologista Thalita Carlesso.
Nesta entrevista, ela destaca os principais mitos sobre esse procedimento que contribui para elevar a autoestima, a qualidade de vida e, consequentemente, a saúde mental dos pacientes. “A maioria das ressalvas surge de mitos sobre o assunto. Por isso, é importante desmistificar o que se sabe a respeito para que os pacientes tomem decisões bem informados”, explica.
Especialista em transplantes capilares, a médica utiliza a técnica de transplante capilar regenerativo, que combina o tratamento com células-tronco do próprio folículo. Autora do primeiro livro sobre transplante capilar FUE (follicular unit extraction ou, em português, extração de unidades foliculares) do Brasil, também é responsável pelo Instituto Carlesso, em Uberlândia, Minas Gerais, referência em transplante capilar, junto com o cardiologista Vinícius Carlesso.
De que forma o transplante capilar contribui para a qualidade de vida e a saúde mental?
O transplante capilar afeta diretamente a qualidade de vida e a saúde mental, principalmente para quem sente desconforto com a perda de cabelo. A técnica FUE, por exemplo, permite uma abordagem menos invasiva, com recuperação mais rápida e resultados naturais, e isso contribui bastante para a melhora da autoestima do paciente; e a autoestima está diretamente ligada à saúde mental, ao equilíbrio emocional e à qualidade de vida em geral.
Quais são os principais mitos sobre o procedimento?
É mito que os cabelos transplantados caem com o tempo. Os fios transplantados vêm de áreas doadoras resistentes à calvície (geralmente a nuca) e são duradouros, tendem a permanecer por toda a vida.
É mito que o procedimento deixa cicatrizes visíveis. Técnicas modernas, como FUE, eliminam a necessidade de cortes lineares, deixando as cicatrizes imperceptíveis a olho nu e o resultado absolutamente natural.
É mito que o transplante capilar só pode ser feito em homens. Qualquer pessoa que precise pode fazer um transplante capilar, independentemente do sexo. A técnica pode ser usada inclusive em barba e até mesmo cílios.
É mito que o resultado é imediato. O cabelo transplantado passa por um ciclo natural: os fios caem nas primeiras semanas e começam a crescer novamente após três meses, com resultados definitivos visíveis em até um ano, mas igualmente duradouros como fios naturais.
É mito que não é possível transplantar fios para cicatrizes ou falhas específicas. O transplante pode preencher cicatrizes causadas por acidentes ou cirurgias, além de áreas com falhas localizadas.