Um novo material nanotecnológico poderá acelerar o diagnóstico de doenças como diabetes tipo 2, câncer de pâncreas, Alzheimer e Parkinson, dentre outras – são os nanobastões de ouro modificados, que poderão ser usados em testes mais precisos e baratos na detecção de patologias.
Com propriedades ópticas, o material permite o desenvolvimento de instrumentos de diagnóstico de algumas doenças associadas à presença da forma alterada de um determinado peptídeo (proteína) amiloide. Ele é capaz de permitir a leitura do resultado com uso de tecnologia tão simples quanto uma câmera de um telefone celular.
Diferenças importantes
Esse peptídeo específico, conhecido pela sigla hIAPP, está presente no nosso corpo em condições saudáveis e se apresenta como moléculas isoladas com formato de hélice. A conformação é diferente daquela encontrada em organismos doentes, nos quais as placas desses peptídeos se agregam na forma de folha plana.
A nova pesquisa é um avanço na descoberta de propriedades ópticas dos nanobastões. O material, já conhecido, é usado na área da saúde, por exemplo, no tratamento de diferentes tipos de câncer com aplicação da chamada terapia fotodinâmica.
Participação brasileira
“A demanda chegou em agosto de 2020, com a parte experimental pronta, no sentido de que sabiam o que funcionava, mas não o porquê, do ponto de vista microscópico. Este é o papel mais nobre que a simulação computacional pode ter, de preencher este tipo de lacuna, os porquês mais fundamentais”, comenta o químico brasileiro André Farias de Moura, professor do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que participou do estudo.
Ele é um dos autores de artigo publicado recentemente na revista científica “Science”. A parte experimental da pesquisa foi realizada pela Universidade de Jilin, na China, e na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.