Ao assistirmos as notícias do mundo, é possível perceber que as pessoas, em geral, encontram-se cada vez mais desconcertadas, confusas nos seus valores, com medo e raiva e esses sentimentos se manifestam em ações de agressão, racismo e intolerância. Dessa forma, muitos perdem o controle sobre a finalidade da própria vida, dos seus papéis e do significado de comunidade e cooperação.

A integração da diversidade constitui uma abordagem necessária e urgente em todos os contextos. A diversidade entre as pessoas é intrínseca ao ser humano. Há diversos pontos que nos diferem, como os limites individuais, as qualidades e talentos, os medos, as crenças, os objetivos de vida, as gerações, a relação étnica-cultural, enfim, a própria história pessoal.

Constante evolução

Cada indivíduo é diferente e único, não só em relação ao outro ser humano, mas também em relação a si mesmo, pois estamos em contínua evolução e transformação, no movimento do nosso caminhar pela vida. Não somos os mesmos de ontem. O que acreditamos sobre a vida se modifica no decorrer de nossas experiências – ou seja, os objetivos se alteram.

Uma vez que reconhecemos as nossas próprias diferenças e transformações, compreendemos o valor, a aceitação de nós mesmos, elevamos a autoestima e expandimos a dignidade. Além disso, desenvolvemos a empatia, a solidariedade e o respeito ao próximo. Pensamos o quanto a relação com as pessoas diferentes de nós – de outros países, outras culturas ou com outras opiniões – enriquece a nossa experiência, amplia os pontos de vista e expande a nossa flexibilidade, adaptabilidade e capacidade de inovar.

Conversar sobre a diversidade significa elaborar uma discussão atual, que se expressa nos mais diversos aspectos, como igualdade, tolerância, aceitação e capacidade de considerar as próprias ideias, opiniões e visão da realidade, não como um fator absoluto, mas como uma das possíveis maneiras de entender o mundo.

Enriquecer o cérebro

A diversidade não é excludente, mas complementar. É liberdade e está diretamente ligada ao ato criativo, às ideias e aos pensamentos diferentes, que permitem o acender da centelha da inspiração, da inovação, da evolução e da descoberta. A diversidade não nos deixa ficar prisioneiros em armadilhas mentais e em padrões de pensamentos automáticos. Quando olhamos o mundo com novos olhos, mudamos velhos julgamentos, enriquecemos o nosso cérebro com novas informações e experiências, a mente se abre e, assim, os comportamentos automáticos e repetitivos se transformam.

Saber viver com as diferenças significa ter atitudes solidárias, cooperativas e construtivas, integrando (quem???). Respeitar as diversidades e desenvolver um pensamento mais flexível, criativo e inovador, leva à realização pessoal e aos objetivos coletivos para um bem comum. Isso se refere não somente a lidar com a diversidade na relação com a coletividade e em se questionar sobre como criar mais fraternidade entre as culturas humanas, mas também entre o homem e as outras espécies, a natureza e o planeta.

É importante entender que o nosso ponto de vista é diferente do outro. Cada ser humano interpreta a realidade conforme suas crenças, experiências, educação e convicção. Por isso, é importante que antes de querer ser compreendido, saibamos compreender o outro.

Relações interpessoais

Tanto no trabalho como na vida as relações interpessoais pedem, cada vez mais, a capacidade de saber compreender o que é diferente de nós: pessoas, culturas, valores, opiniões, objetivos e as visões do mundo. Nessa perspectiva, a diferença de opiniões é saudável, a diversidade e o confronto de ideias se tornam um fator motivacional da atividade criadora, um elemento de evolução, de crescimento, onde as diferentes visões de contexto e pontos de vista são valorizadas, permitindo uma ampla gama de ideias e soluções.

Há uma ligação muito forte entre identidade pessoal e pertencimento social. É natural preferir o próprio grupo, ter orgulho do próprio país, da família e amigos, da própria cultura, em geral. Isso é natural e saudável. Quem desenvolveu uma sólida e positiva identidade não precisa se desfazer dos outros para se sentir melhor, uma pessoa equilibrada e segura de si mesma não se sente ameaçada pelo outro.

Quem não tem segurança em si mesmo é mais facilmente levado a ter atitudes hostis em relação a outras pessoas, levando até a intolerância, ao preconceito e racismo.


Fortalecer as competências socioemocionais aumenta a capacidade da gestão das emoções, a percepção de como e quando elas acontecem em nossa vida, o equilíbrio, a coragem, a autoconfiança, a autoestima e a autoconsciência. E essas características pessoais influenciam nosso comportamento como um ser social.

E MAIS…

Os três pontos de vista

Para viver da melhor forma possível em sociedade, é importante perceber que enxergamos os fatos dentro de uma diversidade de observação. A realidade pode ter três pontos de vista: o primeiro é “como eu lido com o fato”, referente à própria realidade, dos próprios sentimentos, valores e crenças. O segundo refere-se à perspectiva da outra pessoa, a “como o outro percebe essa situação”; por fim, o terceiro é a do observador, o olhar objetivo entre o primeiro e o segundo. Nessa fase, é preciso esquecer por um momento o que você quer e olhar para a situação de forma mais distanciada, sem julgamentos, com mais neutralidade possível.