O mês de janeiro marca o início de um novo ciclo, um momento propício para planejar mudanças e adotar hábitos mais saudáveis. Dentro desse contexto, a campanha Janeiro Branco busca conscientizar a sociedade sobre a relevância da saúde mental e emocional, a partir da prevenção das doenças decorrentes do estresse, como ansiedade, depressão e pânico.

As doenças mentais podem ser causadas por uma série de fatores, como genética, estresse, abuso de substâncias e traumas. Nesse rol dos transtornos mentais, inserem-se uma gama de condições que afetam o humor, o pensamento e o comportamento, como os transtornos de humor e de personalidade.

Saúde mental

Criada em 2014, a iniciativa tem como principal objetivo promover debates sobre saúde mental, desconstruir estigmas e incentivar a busca por ajuda profissional quando necessário.

Psicólogos, terapeutas e profissionais de saúde de todo o Brasil engaja-se na campanha, oferecendo palestras, rodas de conversa e conteúdos educativos para sensibilizar a população sobre o tema.

“Assim como cuidamos do corpo, é fundamental cuidar da mente. Janeiro Branco é um convite para refletirmos sobre nossas emoções, fortalecermos nossa resiliência e buscarmos equilíbrio em todas as áreas da vida”, destaca a psicóloga e gestora do Serviço de Psicologia do Hospital Felício Rocho, Meire Rose Cassini.

Importância de políticas públicas

“Janeiro Branco é o ponto de partida para começarmos o ano com um olhar mais atento para a saúde mental. Refletir, buscar apoio e cultivar hábitos saudáveis são passos fundamentais para construirmos uma vida com mais equilíbrio e felicidade”, ressalta.

A campanha também reforça a importância de políticas públicas que ampliem o acesso a serviços de saúde mental, especialmente em um momento em que as taxas de ansiedade e depressão têm crescido no Brasil e no mundo.

Desafios mentais

O Brasil é o quarto país mais estressado do mundo, conforme aponta o relatório “World Mental Health Day 2024”, divulgado pelo Instituto Ipsos. Esse dado reflete uma crescente preocupação entre a população brasileira sobre a saúde mental, com 77% dos brasileiros reconhecendo a importância de cuidar dessa área de sua vida.

A relevância dessa questão para os brasileiros subiu acentuadamente nos últimos anos, especialmente durante e após a pandemia de COVID-19, quando os desafios mentais se tornaram mais evidentes e discutidos no país.

Diagnóstico de depressão

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comparando-se os anos de 2013 e 2019, houve no Brasil significativo aumento do número de indivíduos que reportaram diagnóstico de depressão por profissional de saúde mental. 

Em 2019, 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais de idade referiram ter recebido tal diagnóstico, o equivalente a aproximadamente 16,3 milhões de pessoas. O percentual apresentou um aumento de 34% em relação a 2013, quando havia 7,6% de pessoas em situação equivalente.

Mesmo antes da pandemia, o Brasil era o país com maior prevalência de ansiedade. Segundo um estudo de 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS), 18 milhões de brasileiros sofriam com algum tipo de distúrbio relacionado ao problema. Isso equivalia a 9,3% da população. Já a depressão afetava 12 milhões de pessoas no país, sendo a maior incidência da América Latina.