As pessoas beijam muito mais com o cérebro do que com a boca segundo o neurocientista Fabiano de Abreu Agrela. “Isso porque, durante o beijo, ocorrem diversos processos no nosso sistema nervoso que são essenciais para que essa gestão não só ocorra, mas tenha o impacto que tem”, explica. Ele complementa que, antes mesmo do beijo de fato ocorrer, o cérebro já está ativo para isso e desencadeia outras funções biológicas.
“Quando estamos diante de alguém por quem temos atração física, sexual e/ou emocional, um simples contato visual desencadeia o desejo pelo beijo. Isso acontece porque nossos olhos capturam a imagem, que é processada pelos lobos occipitais e transmitida ao sistema límbico, o centro emocional do cérebro, o que contribui para liberar hormônios do bem-estar como a ocitocina, conhecida como hormônio do amor”, explica.
Segundo o neurocientista, já existem estudos que comprovam também que o beijo é usado pelo cérebro para avaliar a adequação do outro para um relacionamento. “Durante o beijo, o cérebro recebe uma enxurrada de neurotransmissores que ajudam a criar emoção e excitação, por exemplo, a dopamina, que traz a sensação de prazer e bem-estar, a serotonina, que traz excitação, e a epinefrina, responsável por aumentar a frequência cardíaca e o suor, o que ajuda a explicar o ‘coração acelerado’”, esclarece.
Acrescenta que também é liberado óxido nítrico, o qual ajuda a relaxar os vasos sanguíneos e aumentar o fluxo de sangue, o que, para os homens, facilita a ereção, reforçando o papel do beijo como propulsor para a relação sexual. “O sistema nervoso também possui os chamados nervos sensoriais, os dermátomos, que transportam informações como tato, dor e contato pele-pele até a medula espinhal. Durante os beijos, eles são importantes para aumentar a percepção de estímulos do toque do parceiro”, conclui.