O projeto Multicentre Epilepsy Lesion Detection (MELD) usou mais de 1.000 exames de ressonância magnética de pacientes de 22 centros globais de epilepsia para desenvolver o algoritmo, que fornece relatórios de onde estão as anormalidades em casos de displasia cortical focal resistente a medicamentos (FCD) – uma das principais causas de epilepsia.
Características corticais
FCDs são áreas do cérebro que se desenvolveram de forma anormal e muitas vezes causam epilepsia resistente a medicamentos. Geralmente é tratado com cirurgia, no entanto, identificar as lesões de uma ressonância magnética é um desafio contínuo para os médicos, pois os exames de ressonância magnética nos FCDs podem parecer normais.
Para desenvolver o algoritmo, a equipe quantificou as características corticais dos exames de ressonância magnética, como a espessura ou dobra da superfície do córtex/cérebro, e usou cerca de 300.000 locais em todo o cérebro.
Exemplos rotulados
Os pesquisadores então treinaram o algoritmo em exemplos rotulados por radiologistas especialistas como sendo um cérebro saudável ou com FCD – dependendo de seus padrões e características.
Os resultados, publicados no Brain, descobriram que, em geral, o algoritmo foi capaz de detectar o FCD em 67% dos casos na coorte (538 participantes).
Anteriormente, 178 dos participantes foram considerados negativos na ressonância magnética, o que significa que os radiologistas não conseguiram encontrar a anormalidade – mas o algoritmo MELD foi capaz de identificar o FCD em 63% desses casos.
Lesões ocultas
Isso é particularmente importante, pois se os médicos puderem encontrar a anormalidade na varredura do cérebro, a cirurgia para removê-la pode fornecer a cura.
Este algoritmo pode ajudar a encontrar mais dessas lesões ocultas em crianças e adultos com epilepsia e permitir que mais pacientes com epilepsia sejam considerados para cirurgia cerebral que poderia curar a epilepsia e melhorar seu desenvolvimento cognitivo. Cerca de 440 crianças por ano poderiam se beneficiar da cirurgia de epilepsia na Inglaterra. Cerca de 1% da população mundial tem a grave condição neurológica epilepsia, que se caracteriza por convulsões frequentes.