A pandemia de Covid-19 nos apresentou transformações desafiadoras (para nós e para todo o mundo). Mudou rotinas, vida pessoal e profissional e nos vimos obrigados a nos adaptar.
Chegou o isolamento social, o medo, as incertezas, assim como veio a consciência sobre a razão de existirmos. Diante dessa condição todos os esforços foram centrados no combate à doença e na diminuição da proliferação do vírus. Daí a saúde física não foi a única afetada, a saúde mental também foi bruscamente afetada e, cada vez mais, o papel dos psicólogos foi tomando maiores proporções.
Dia do Psicólogo
Dia 27 de agosto é celebrado o Dia do Psicólogo, uma profissão tão importante, mas, que parece ter sido mais enxergada após a pandemia. De antemão, parabenizo a todos os colegas de profissão.
E voltando à temática sobre a psicologia na pandemia e na vida de todos nós como um todo… Estudos mostram que ao vivenciar eventos de stress muito grandes a saúde mental do ser humano pode ser fortemente abalada. Sobre a quarentena, os efeitos negativos são: sintomas de estresse pós-traumático, confusão e raiva.
Preocupações com a escassez de suprimentos e as perdas financeiras que também acarretam prejuízos ao bem-estar psicológico, gerando aumento nos níveis de ansiedade, estresse, quadros depressivos, ideação suicida, comportamentos violentos e consumo exagerado de álcool e drogas.
Regulamentação
No cenário brasileiro o atendimento psicológico online foi regulamentado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) por meio da resolução nº 04/2020, que dispõe do exercício profissional por meio de Tecnologias da Informação e Comunicação durante a pandemia. Essa resolução permitiu que o profissional realize atendimento psicológico online.
As Tecnologias de Comunicação e da Informação se mostraram essenciais em momentos como esse, colaborando com as medidas de atendimento psicológico online, estratégias de intervenção voltadas à saúde dos trabalhadores da linha de frente e dos pacientes e familiares de pessoas diretamente atingidas pelo vírus.
Participação da Psicologia
Para nós, psicólogos, as dificuldades nos convidaram a buscar soluções e enfrentar os desafios, estimulando a utilização de habilidades que de outro modo, talvez, não seriam exploradas.
A participação da psicologia no enfrentamento das emergências e desastres é de suma importância para a minimização de suas consequências, pois oferece à população intervenções adequadas, realizadas a partir de um acolhimento que busca apoio para os envolvidos, identificando as demandas sociais e áreas comprometidas.
A atuação nessa área ainda é recente no Brasil e se faz cada vez mais necessária, devido às inúmeras situações de desastres que o país tem sofrido nos últimos anos, sejam eles naturais ou não, e a psicologia atuando nesses contextos é fundamental para a promoção de bem-estar social.
A maioria das pessoas afetadas por essas situações vivenciam angústia psicológica, a qual tende a intensificar-se ao longo do tempo.
Saúde mental e bem-estar
O papel do psicólogo é contribuir com informação, promover saúde mental e bem-estar, desenvolvendo intervenções adequadas, dado determinado contexto e contingência de forma dinâmica, fluida e criativa, visando a garantir sempre que as pessoas adquiram autonomia para lidar com os problemas e consequências a partir do seu contexto e da sua interação indivíduo-ambiente.
O psicólogo, então, deve possuir um olhar amplo, considerar as características e particularidades da emergência, tendo em vista as nuances do que é coletivo e do que é individual.
Atuação e práticas
O psicólogo, dentro de suas especificidades profissionais, atua no âmbito da educação, saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, comunidades e comunicação com o objetivo de promover, em seu trabalho, o respeito à dignidade e integridade do ser humano.
Ser psicólogo é um processo em constante construção. A partir de um modelo de formação acadêmico preestabelecido, determinam-se certos modos de atuação e práticas que estruturam a identidade profissional do psicólogo. Diante disso compete ao psicólogo adaptações e modificações no seu modo de atuar e conceber sua prática, a fim de poder se adequar às características e singularidades do processo de trabalho em saúde.
Intervir nos processos subjetivos
Estamos ainda vivendo o que pode ser compreendido como uma fase de reconstrução social. Em meio às atuais circunstâncias em constante mutação, cada vez mais o sujeito percebe-se esmagado pelas pressões que a sociedade contemporânea exerce sobre a sua subjetividade, como se constata pelas desigualdades sociais do mundo globalizado, a violência crescente concretizada não só nos conflitos urbanos, mas também nos confrontos políticos e étnicos internacionais. Apesar de todas as nossas melhores previsões, ainda há muitas coisas que não sabemos.
O que sabemos é que os psicólogos não serão chamados para resolver os problemas fundamentais com que se defrontam os povos na atualidade, mas por outro lado, são chamados para intervir nos processos subjetivos que sustentam e tornam viáveis essas estruturas injustas, mas com certeza, são os psicólogos que buscam acolher, entender e contribuir para a formação de uma identidade, pessoal e coletiva, que responda às exigências mais autênticas dos povos.
Feliz TODO DIA dos Psicólogos!