Organização simbólica da morte
A angústia que a morte nos remete pode ser observada nos rituais de luto, quando se elege um dia específico para lembrar nossos entes queridos que jazem mortos.
A angústia que a morte nos remete pode ser observada nos rituais de luto, quando se elege um dia específico para lembrar nossos entes queridos que jazem mortos.
As perdas são parte constituintes da vida humana. Real ou simbólica, elas podem ser interpretadas e elaboradas como um luto possível para abertura de um novo mundo de possibilidades.
Lidar com o enlutamento emocional é um processo importante para administrar o vazio deixado pelas lacunas significativas, que no caso da pandemia, esbarra no impacto causado pelo isolamento social e todas as perdas internas e externas geradas por ele.
A abordagem existencialista aponta que o suicídio nem sempre está relacionado com doença ou transtorno mental. Pode ser considerado um ato extremo de liberação de um sofrimento.
O livro Psicanálise e pandemia discute o novo normal imposto aos profissionais e pacientes que mudou a configuração do setting analítico.
O setembro amarelo trouxe muitas reflexões sobre o ato suicida e suas vítimas. Mas é importante ressaltar que os familiares e amigos que ficam também sofrem com uma ausência sempre presente que se estabelece.
Nesse luto reconhecemos que o outro está morto fora de nós e que, mesmo assim, permanece dentro de nós. É a dualidade do apego que passa pela pulsão da morte e da vida.