O eixo intestino-cérebro consiste na comunicação bidirecional entre o cérebro e o intestino, que liga os centros emocionais e cognitivos do cérebro com as funções intestinais periféricas. Avanços recentes na pesquisa publicada no American Journal of Physiology  descreveram a importância da microbiota intestinal em influenciar essas vias e revelaram uma descoberta inovadora sobre como as células enterocromafins se comunicam com as terminações nervosas sensoriais.

Células enterocromafins

Dentro da parede intestinal encontram-se células especializadas chamadas células enterocromafins (EC) que produzem e liberam hormônios e neurotransmissores em resposta a estímulos específicos que são ingeridos quando comemos. Essas células EC liberam a grande maioria da serotonina no corpo.

A descoberta usou uma técnica de rastreamento neuronal desenvolvida em laboratório, não usada em nenhum outro lugar do mundo, permitindo ver as terminações nervosas sensoriais com clareza, pela primeira vez, na parede intestinal.

Nervos sensoriais

A técnica permitiu aos pesquisadores ver que as células EC provavelmente liberam substâncias por um processo de difusão, que então atua nos nervos sensoriais que se comunicam com o cérebro.

Nenhuma conexão física direta entre as células EC e as terminações nervosas sensoriais foi encontrada, ao contrário de algumas sugestões. O estudo foi apoiado pelo National Health and Medical Research Council e pelo Australian Research Council.